sexta-feira, 16 de março de 2012

Carta à Psicopedagoga



 Prezada Psicopedagoga,

É com grande expectativa que lhe escrevo. Como é de seu conhecimento, leciono na segunda série do ensino fundamental, no período da tarde. Estou encontrando problemas em lidar com uma situação apresentada pelo aluno Pedro Martins, pois o mesmo está com dificuldades no seu processo de alfabetização. Até agora se encontra no nível silábico, o que o coloca em uma situação muito aquém de seus colegas de classe. Já realizei vários procedimentos didáticos fora da rotina. Mas ainda é visível a sua insegurança e baixa auto-estima. Em virtude do medo de errar, nem tenta o desafio da leitura e da escrita. Por mais que eu o incentive a cada pequeno progresso, respeitando o seu tempo, não estou vendo muito crescimento em sua aprendizagem.
Estive conversando com a mãe do menino. Procurei saber a respeito do ambiente onde mora e do relacionamento com os familiares. Constatei que a família não tem um bom nível sócio-cultural e passa por dificuldades financeiras. Na conversa, ela não apresentou muito interesse no problema do filho. Disse que é preguiça da criança, pois seus os outros filhos, mais velhos, apresentaram a mesma dificuldade e hoje estão em classes mais avançadas. Mas autorizou a ajuda da psicopedagoga. Não posso rotulá-lo como uma criança preguiçosa, pois percebo que Pedro tem um grande potencial. Acredito que o motivo seja distúrbios emocionais e pequenos problemas de saúde. E não um problema de dislexia ou algo mais sério. O pior é que quanto mais o tempo passa, mais o quadro tende a se complicar.
Por esse motivo, estou pedindo sua ajuda profissional, para que me oriente ou, caso tenha disponibilidade, iniciar um tratamento simultâneo às atividades multidisciplinares desenvolvidas por mim em sala, o que ajudará muito ao aluno adquirir as habilidades necessárias para o processo de alfabetização.

 Agradeço antecipadamente a atenção,

 Atenciosamente.

 São José dos Campos, 16 de março de 2012.


Professor do Ensino Fundamental

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